vi-a tão triste
e só
como se a noite bradasseum desamor aos ventos
desmedidos
e o mar acalentasse tanta dor.
metia dó.
um arrastar de asa
prendia-se ao pó
e o sonho de voar
já não mais era
a vontade de por si lutar.
os olhos falavam do abandono
e nas roupas desalinhadas
um misto de cores desbotadas
a refletirem os cabelos baços
contavam mudas
uma estória esquecida.
pela mão trazia um saco
carregado de nada
(uma imensidão)
a lembrar tesouros de pão.
perguntei-lhe se queria alguma coisa
e ela disse-me: "- não!"