hoje o poeta dormia
entre vinhas da ira.
o poeta dormia...
palavras em cachos
espreitavam
pendurados da solidão
o sol
dourado da paixão.
o poeta acreditou um dia...
que das raízes redondas
cresciam
verdes folhas
de juventude e utopia.
mas quem sulcava a terra
suava poemas
no arado da servidão.
e o poeta deixava
as palavras morreram
na voz do vento suão.