vi-a tão triste
e só
como se a noite bradasseum desamor aos ventos
desmedidos
e o mar acalentasse tanta dor.
metia dó.
um arrastar de asa
prendia-se ao pó
e o sonho de voar
já não mais era
a vontade de por si lutar.
os olhos falavam do abandono
e nas roupas desalinhadas
um misto de cores desbotadas
a refletirem os cabelos baços
contavam mudas
uma estória esquecida.
pela mão trazia um saco
carregado de nada
(uma imensidão)
a lembrar tesouros de pão.
perguntei-lhe se queria alguma coisa
e ela disse-me: "- não!"
Sempre nos sentimos tocados pelos que, na aparência abandonados, perderam a magia dos sonhos, seja pela asa quebrada, seja pela idade avançada, seja pelo saco vazio de ilusões. O que oferecer? Muito belo!!! Abraço.
ResponderEliminarExcelente poema, os meus aplausos pelo talento.
ResponderEliminarBom fim de semana caro Luís.
Abraço.
Uau... Senti este texto como se fosse escrito para mim... Há sincronia neste mundo.
ResponderEliminarHá asas que se quebram e o voo é suspenso num emaranhado de tristeza, dor e decepção.
Um abraço de Luz
Se "os olhos falavam de abandono" só precisa de amor... Que belo poema, meu Amigo!
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde para ti e todos os teus.
Um beijo.
Um poema que comove.
ResponderEliminarUm não!
De pobreza envergonhada.
Doi tanto!
beijinhos
:)
Um poema muito bem construído, apelativo e comovente.
ResponderEliminarUma mulher triste, julgo ser alguém do sexo feminino, que apesar do seu aspeto andrajoso e pouco alinhado, nada queria ajuda.
Normalmente, quando se recusa ajuda, é porque muitas já se ofereceram, e nenhuma teve êxito.
Talvez o amor, resolvesse este não.
Gostei muito do que escreveu, querido amigo Luís.
Parabéns por ter um livro a concurso e boa sorte. Depois, diga-nos o resultado, por favor.
Beijos e boa semana. Saúde, sem Covid.
Gostei de reler. E tornar a ler.
ResponderEliminarO que é bom não cansa...
Bom fim de semana, caro Luís.
Abraço.