terça-feira, 30 de novembro de 2021

horas minhas

bebo todos os esquecimentos

nos ventos impiedosos 

do fim da tarde. 


já nada sei do que esqueci 

no sol ímpio da mortalha.


sobre a pele

estende-se a memória 

adormecida ou em falha.


não consigo apreender

a sua vontade de esquecer. 


quero recordar

quando o sino toca e o seu eco ecoa 

na planície da vida.


lembra-me as horas findas

ou outras que foram minhas.

2 comentários:

  1. Que poema mais lindo!
    Um beijinho 😘

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  2. A memória daquilo que amámos e do que nos magoou, vem por vezes colada aos pormenores da vida. Achei lindo, o poema.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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