domingo, 23 de janeiro de 2022

o silêncio escrito à mão

palavras dobradas
umas sobre as outras
deitadas
e um envelope
a guardar a solidão.

palavras
adormecidas
que por lá ficaram
repousadas
em longa maturação.

salvaram-se
na tinta desmaiada
sem saberem
que não foram lidas
compreendidas
ou sequer sentidas.

não chegaram
por quem
elas
tinham paixão.

por fora
também escrito à mão
numa outra ocasião
dizia:

- não me acordem!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

no entretanto...

este poema está preso

entre o que penso

e a folha em branco.


entretanto

nela poisaram pássaros inventados

como flocos de neve 

a quererem dizer algo.... que não entendo.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

o último sopro

quando as aves partiram
ele ficou
quando o sol aqueceu
ele sombreou
quando o dia foi noite
ele arrefeceu
quando o pó prevaleceu
ele foi matéria.