1.
procuras os caminhos
na infância percorridos
que dos apagados trilhos
só a lembrança do tempo
tão depressa corrido
fica a doce idade-menino.
2.
não se deu por nada...
um ano passou
entre quatro paredes
janelas fechadas
e sorrisos presos.
uma súbita mudança
lá longe
onde os olhos
não viram nada
e o mundo rasgou-se
sem alvoradas
diferente do que era
noutra era.
um sono constante
pairou
sobre o tempo
parado
e o fogo aberto
queimou
destinos e alegrias
sem olhos abertos
a verem o dia
que noite já era.
e a cada momento
da memória o passado
perdido
com saudades
do futuro
agarrado
ao presente esquecido.
Um poema bem elaborado que nos faz pensar. Sem dúvida ficará na história desta Era.
ResponderEliminarBeijinhos e Bom Ano Novo ✨
Você foi brilhante em sua abordagem. Liberdade cerceada, destinos queimados. Saudade do que não se viveu. Muito belo! Abraço.
ResponderEliminarNa tal "Caso do Lago" procuram-se recordações da infância, que jamais voltarão, mas sabe bem recordar tudo e todos dessa época.
ResponderEliminarDeu-se por tudo, infelizmente, se esse é o sentido deste verso do seu poema. O ano de 2020 foi aterrador e as portas e janelas já choram de tanta dor. Toda a Humanidade sentiu esse aperto e confinamento no peito, mas nada se pode fazer. Contudo o tempo é o melhor remédio para todas as desgraças e este ano embora ainda pesado está a dar-nos esperanças de um futuro melhor, embora o presente ainda nos tolde o olhar e nos faça ficar assustados. A vida tem de seguir, mas com muito cuidado e disciplina.
Beijos e que 2021 seja bem mais leve e esperançoso que 2020, Luís!
BOM ANO NOVO, com saúde sobretudo.
Muito bem poetizado o tempo singular e esgotante do ano que findou...
ResponderEliminarSerá que vamos conseguir reverter a marcha?
Grata pelos bons momentos de leitura.
Que tudo suceda do melhor modo possível... Beijo, amigo Luís.
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Continua a ter saudades do futuro, mesmo lembrando o passado e tentando esquecer o presente.
ResponderEliminarExcelente, o teu poema, Luís.
Um grande beijo.
Cuida-te
Um poema soberbo a fazer o ponto da situação do estado do tempo, esse ladrão que se escapa por entre os dedos da nossa insignificância.
ResponderEliminarNeste intermezzo seja-nos permitido trazer o passado ao presente, transfundir algum sangue novo de ilusão, enquanto de os olhos postos "lá longe" esperamos pelo futuro.
Abraço.
Somos a eterna criança
ResponderEliminarPor nossa alma ser aquela
Alma infantil tão singela
Que a razão não alcança.
Nós guardamos por lembrança
Lembranças de sentimentos,
De luzes e alumbramentos
Que não sabíamos se era
Realidade ou quimera
Sem a isso estar atentos.
Lindo poema! Parabéns! Abraço cordial! Laerte.
Lindos versos!
ResponderEliminarGosto de ler em
calmaria.
Bjins
CatiahoAlc.